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Como se forma a água quente nas estâncias termais?

“O processo é extremamente simples. A água da chuva que não escoa para rios, lagos ou oceanos, nem é consumida pela vegetação, vai se infiltrando na terra, abrindo caminho entre os grãos do subsolo e as pequenas rachaduras nas rochas. À medida que desce, essa água vai esquentando devido ao calor natural do nosso planeta. “Nos primeiros quilômetros da crosta, a camada superficial da Terra, a temperatura aumenta 1ºC a cada 33 metros de profundidade”, afirma o geólogo Gerson Cardoso, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Confinada em reservatórios até 3 000 metros abaixo da superfície, a água, pelo contato com as rochas quentes, também vai ganhando pressão. “Por isso, se surgir um caminho rápido de subida, ela tende a escapar para o topo”, diz Gerson.

Aproveitando tais rachaduras maiores entre as rochas, a água sobe bem depressa – sem tempo de perder muito calor – e jorra morninha para fora da terra, formando as chamadas fontes termais. “Também existem cidades em que as tubulações dos poços artesianos servem de atalho e evitam o resfriamento da água”, afirma a geóloga Annkarin Aurélia Kimmelmann e Silva, da USP. Devido à pressão, a trajetória de subida é bem mais rápida que a de descida. Como a água penetra no subterrâneo poucos centímetros por ano, é bem provável que, antes de retornar à superficie, ela tenha circulado debaixo da terra durante mais de 5 000 anos. Aliás, apreciar esse tipo de banho também não é coisa recente. Já na antigüidade, gregos e romanos eram fãs de carteirinha das estâncias termais e muitos dos locais freqüentados por eles atraem turistas até hoje.”

Texto: Redação Mundo Estranho | Fonte: Super Interessante Abril shorturl.at/fyFMN

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